É muito bom poder ver de perto bandas não tão conhecidas do grande público que você adora mas já tinha até desistido de ver no Brasil. É o caso de
Sharon Jones & The Dap Kings, que fizeram dois shows em São Paulo, tocaram ontem em Salvador e se apresentam hoje no Rio de Janeiro.
Infelizmente perdi o show de sábado no Auditório do Ibirapuera pois os ingressos se esgotaram rapidamente, mas não perdi o de domingo, que foi gratuito e na área externa. Foi uma noite linda e até o frio deu uma trégua! Uma das coisas mais legais é que o evento reuniu vários jovens que conheceram a banda na semana de aparições na TV brasileira pra divulgação dos shows. Como os fãs da ex-RBD Dulce Maria, que se encantaram pela americana em sua incrível participação no "Altas Horas", da TV Globo, do qual a popstar também participou. (Na programa, provando que é uma elegante diva, Sharon chorou e se emocionou com a mexicana quando esta respondeu com doçura a pergunta de uma fã apaixonada, e ao final correu para abraçá-la. ;~~)
O repertório é baseado em
"I Learned The Hard Way", o mais recente de seus quatro discos. Como disse o amigo
Vini Gorgulho, o que dizer de um grupo com o qual você fica alucinado até na apresentação dos músicos da banda, geralmente o momento mais entediante de um show?
O espetáculo é nos moldes dos shows clássicos de soul, como se fosse um programa de rádio e com um MC, no caso o guitarrista
Binky Griptite, conduzindo toda a apresentação. Sharon, aos 55 anos, provou que é possível cantar horrores, dançar, sapatear, fazer piruetas, tudo ao mesmo tempo, e deixou todo o público completamente apaixonado. Comandando a big band, o baixista Bosco Mann (
Gabriel Roth), nada menos que o produtor e compositor de quase todas as canções de SJDP e um dos proprietários da
Daptone Records, sociedade dividida com o saxofonista
Neal Sugarman.
Pra mim foi muito emocionante ver os Dap Kings ao vivo e trocar uma ideia com eles depois do show, afinal eu adoro os artistas do selo e eles gravaram um dos discos da minha vida, o "Back to Black". Eles não devem aguentar mais contar a história do "empréstimo" da banda pra Amy Winehouse e pro Mark Ronson, mas não dá pra negar que muita gente os conheceu por causa disso, inclusive eu. Mas o que importa é que a partir do B2B felizmente rolou todo esse resgate da soul music, que sempre foi gênero favorito ao lado do rock, e sua apresentação pras gerações mais novas. Se não fosse esse disco provavelmente Adele, Mayer Hawthorne, Eli "Paperboy" Reed e
tantos outros novos artistas não teriam ganhado espaço.
Voltando ao show, minhas favoritas foram "If You Call", "She Ain't a Child No More", "Mama Don't Like My Man", "I Learned the Hard Way", "Better Things", "100 Days, 100 Nights", sem falar no final devastador com uma cover de "It's a Man's Man's Man's World", de James Brown. Deu pra sentir o gostinho do que seria estar em um dos shows da Stax/Volt Tour nos anos 60 ou de algum velho club de Detroit ou Nova York. Noite inesquecível!
Fiz um apanhado dos vídeos das apresentações na TV, show de domingo e links pra entrevistas. Tem também fotos que tirei e, claro, meu momento tietagem de praxe! Divirtam-se! ;-)
Entrevistas
Programa do Jô
Altas Horas
Show @ Auditório do Ibirapuera, 12/06/2011
Minhas Fotos