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Sabe shows em que você vai sem esperar muita coisa mas com os quais se surpreende e vai embora feliz da vida? Foi assim ontem no show do Carl Barât na filial paulistana do Beco 203, com casa surpreendentemente cheia mesmo em noite de Thurston Moore + Kurt Vile no Cine Joia e Damned no Clash.
O Libertines é de uma geração mais nova do que a minha, mas ainda assim me marcou pois foi uma banda cujo público da Popscene, festa que eu fazia em Santos com o Hector, gostava muito. Lembro até hoje da pista dançando, vibrando e batendo palminhas em "Last Post on the Bugle" e "Can't Stand Me Now". ;~~ Vi o show no Tim Festival de 2004 e, que eu me lembre, foi uma apresentação bem divertida, mesmo sem a participação do Pete Doherty. Foi o primeiro show internacional de muitos desses frequentadores da festa.
O repertório foi baseado no seu disco solo de 2010 mas também privilegiou algumas do Dirty Pretty Things e várias do Libertines, para nossa alegria. Barât teve como banda de apoio os goianos do Black Drawing Chalks. E, se eu fosse ele, os contrataria pra ser sua banda para sempre pois a sintonia entre eles foi perfeita. Talentoso, muito simpático e visivelmente emocionado com as reações do público, ele não deixou a peteca cair nem quando tocou as músicas de sua carreira solo. E ainda chamou dois fãs pra tocarem o violão e a guitarra em "Boys In The Band", dos Libertines. Foi bacana demais ver o povo da faixa dos 25 anos, que era adolescente na época em que a banda estourou, extasiado e feliz.
Claro que sempre rola uma pontadinha triste ao pensarmos: se não fossem as doideiras do Pete a banda poderia ter continuado até hoje e ter mantido uma carreira estável?! Mas esse charme decadente também deu um clima diferente e especial pra noite.
O melhor rejuvenescedor que existe é um bom e acolhedor show. Ainda mais quando o local é bem perto da sua casa e você retorna em cinco minutos, sem os transtornos de um grande festival. ;-)