Está iniciada a campanha "Walverdes para abrir os shows do Mudhoney no Brasil". Quem aguenta mais Pin Ups? Tá, dizem que a nova (velha) formação está mais bacana, mas é preciso acabar com esse monopólio. Leia o lindo texto do Mini (guitarra e vocal da banda) sobre o Mudhoney e veja se ele não merece!
Mudhoney
Gustavo "mini" Bittencourt
Se você ouviu Nirvana, Pearl Jam e Soundgarden alguma vez na vida, a culpa é toda do Mudhoney. Mark Arm, Steve Turner, Danny Peters e Matt Lukin foram os responsáveis pelo surgimento daquilo que se convencionou chamar de grunge rock no início da década de 90. Não que os 4 bêbados apaixonados por rock de garagem, psicodelia e contry tenham sentado em uma mesa de bar e definido: ok, vamos fazer grunge, rapazes. Mas a gravação de seu primeiro single, Touch Me I'm Sick, acabou sendo apontada mais tarde como a pedra fundamental da volta do rock cru à boca do povo e ao mundo pop.
Em agosto de 1988, saía em 7 polegas o primeiro registro oficial do Mudhoney. No lado A do vinil, a faixa título vinha chutando tudo com guitarras absurdamente saturadas (cortesia de pedais antigos, uma característica da banda), vocal gritado e uma bateria toscamente quebrada. Era como se os Sonics tivessem encontrado o Black Sabbath e resolvido fazer uma jam.
Nos 12 anos seguintes, tudo que o Mudhoney fez foi reafirmar, com propriedade e classe, tudo o que disseram em Touch Me I'm
Sick. Seu último disco, Tomorrow Hit Today, ainda traz os mesmos rocks acelerados e baladões pesados e arrastados que o primeiro. O revestimento é diferente (o disco foi produzido por Jim Dickinson, mais conhecido por trabalhos de country). Mas o entusiasmo, a total ausência de frescuras e a energia são exatamente os mesmos.
Se você é daqueles que se arrepia toda vez que alguem liga uma guitarra distorcida, não perca. É uma oportunidade rara de ver ao vivo uma banda de rock sem nenhum tipo de afetação. O Mudhoney foi a última das famosas bandas de Seattle a assinar com uma grande gravadora. Não terminaram de forma triste e melancólica como o Nirvana. Não viraram messias como o Pearl Jam. Não se esfacelaram como o Soundgarden e o Screaming Trees. Simplesmente estão aí. Tocando para nós.
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