Rodízio de pizza é onde a poveza se realiza. Eles adoram dicas de como justificar até o último centavo. Tirar as bordas das pizzas e colocar num pratinho. Tomar só um refrigerante pra não estufar o estômago. Melhor ainda, pedir uma Fanta Uva 2 litros pra toda família que sai mais barato. "Por seis reais eu como 12 pedaços e ainda levo pra casa", diz Zezão.
A molecada se refestela e marca com um palitinho no papel que cobre a mesa o número de fatias que conseguiu engolir. Zezão aproveita pra provar os sabores que nunca havia comido na vida. Camarão, brócolis, tomate seco e rúcula. Depois uma doce, de banana e canela. E volta pro salgado, uma de quatro queijos pra pra arrematar.
Ditinha esquece que estômago de criança é menor do que o seu (que a essa altura já está saltado por cima da calça) e taca pizza na boquinha de Washington. Só que chega uma hora em que o pobrezinho não agüenta e bota tudo pra fora. Os garçons, na correria, não vêem a poça de vômito, pisam e espalham o fedor por todo salão. Fica aquela maravilha! Que só piora quando a mistura de catupiry, bacon, alho, gorgonzola no intestino de Zezão começa a fazer efeito e ele corre pro banheiro pra liberar aquela angústia.
Ele vai pra casa aliviado, arrependido por ter comido tanta pizza. Mas no dia seguinte, ainda pensa: “Eu devia ter comido mais aquele pedacinho de Portuguesa”...
(Esse texto foi ligeiramente baseado em uma experiência pela qual passei ontem a noite. Nunca levem suas famílias em rodízio de pizza no Dia das Mães.)
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