Leiam o belo texto do Marcos Faria no S A T V R N A L I A de hoje.
"Senhoras, senhores
Acredito ser obrigação moral de todo colunista, diante dos leitores, declarar a sua intenção de voto — que no meu caso, por razões práticas, não pasará mesmo de uma intenção. Voto em Luis Inácio Lula da Silva para presidente do Brasil.
Poderia listar vários motivos para a minha escolha, entre os quais não ocuparia o último lugar o gosto de ver os apresentadores de telejornais anunciando os atos de um presidente a quem chamarão pelo apelido. Mas uma vitória de Lula no primeiro turno, como parece bem possível, viria carregada de um peso simbólico acima de qualquer conteúdo programático. Seria uma vitória dos ideais republicanos sobre as forças do Antigo Regime.
A noção de que todos os homens nascem iguais em dignidade e direitos, pela qual tantas vidas se sacrificaram, atingiu o patamar de um consenso formal nas democracias ocidentais no século passado. Porém, em raros casos foi além disso. Por toda a parte existem os "mais iguais" e os "menos iguais".
Neste domingo vamos participar de um corolário dessa tese — o sufrágio universal. Cada cidadão terá direito a um voto, e a soma das decisões de todos os eleitores decidirá os destinos da pátria pelos próximos quatro anos. Assim é, idealmente. Na prática, porém, sabemos que há super-eleitores cujos votos valem mais do que o meu e o seu. Ao longo desta campanha, eles foram vistos prometendo o pior dos mundos no caso de uma vitória do Partido dos Trabalhadores, seqüestrando o livre arbítrio, praticando o terrorismo financeiro. Esses grupos nada mais são do que os aristocratas do Império, velhos ou novos, iguais na sua certeza de serem os donos de um país que pertence a 160 milhões de brasileiros.
Mas consciências não podem ser compradas. Não a minha. Ninguém decide por mim o que é melhor para o Brasil. Ninguém vai usurpar o valor do meu voto. Por isso agora é Lula. Abraços a todos,
Marcos Faria"
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