Carnaval: Melhores de 2003
O Carnaval de hoje em dia é mais comércio desenfreado e espaço pra alpinistas sociais do que emoção e alegria. Os sambas-enredos já não marcam mais como os de antes. Quem não se lembra de “Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós. E que a voz da igualdade, seja sempre a nossa voz”, da Imperatriz em 89. Ou ainda do desfile também de 89 da Beija-Flor, o mais marcante de todos os tempos? Mesmo assim não consigo deixar de me emocionar em alguns momentos...
O da Beija-Flor foi belíssimo. A escola sempre inova, traz muito luxo sem ser cafona e dá um puta valor à sua comunidade e não às sambistas de ocasião. E a maior parte dos destaques nos carros era composta de mulheres negras com seios naturais. Ninguém aguenta mais loira siliconada e madrinhas de bateria que nem sambar sabem.
A Vai-Vai não levou em Sampa mas fez um belo desfile. Pra quem não sabe, eu já era Vai-Vai antes de nascer. Minha mãe morava no Bixiga (na Nove de Julho) e ia nos ensaios da escola com um puta barrigão. Minha mãe tantou pulou que eu nasci numa quinta-feira (24/02/1977), depois do Carnaval. ;-)
E não tenho muita paciência pra trio elétrico mas um que eu adoraria participar é o de Daniela Mercury. Fiquei sabendo de uns bafons, que ela trata mal os empregados e é esnobe mas artisticamente é quase uma Madonna. Tá sempre na crista da onda mas não soa como oportunista pois acredita realmente no que está fazendo, ela pesquisa e vai atrás. Quando lançou o trio eletrônico foi vaiada mas insistiu e a cada ano que passa o sucesso é maior. Esse ano ela levou até o Rouge cantando a "Ragatanga" em versão drum n' bass, haha! Também dá um puta valor pra moda: usa Lino Villaventura, Eh o Convite e Jade Haten. E é uma das poucas artistas na Bahia que não puxa o saco do ACM. A-d-o-r-o a Mercury, tenho dois CDs dela, hehe.
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